II
Ver-te. Tocar-te. Que fulgor de máscaras.
Que desenhos e rictus na tua cara
Como os frisos veementes dos tapetes antigos.
Que sombrio te tornas se repito
O sinuoso caminho que persigo: um desejo
Sem dono, um adorar-te vívido mas livre.
E que escura me faço se abocanhas de mim
Palavras e resíduos. Me vêm fomes
Agonias de grandes espessuras, embaçadas luas
Facas, tempestade. Ver-te. Tocar-te.
Cordura.
Crueldade.
[Hilda Hilst]
Oi, Manu, bom dia!!
ResponderExcluirHá em Hilda muitas vezes essa digressão essencial ao romantismo, essa dualidade não necessariamente contraditória, contraposta. Esse breve trecho nos mostra esse desejo que é carne e é coração, é volúpia, mas é medo, é cordura mas é crueldade, é fulgor mas é tornar-se escura...
Belíssimo trecho!
Um beijo carinhoso
Doces sonhos
Lello
Manu, peço sua permissão para meu primeiro comentário: o poema de Hilda Hilst é intenso, forte, vívido... Um amor ardente e até mesmo desesperado. O tipo de amor que deixa marcas para a vida inteira. Parabéns pelo blog. Obrigado pela oportunidade.
ResponderExcluir